No início da semana uma amiga estava com a idéia de fazer uma matéria pro house-organ da faculdade sobre o bloqueio do Orkut nos computadores campus. A princípio achei a idéia da reportagem idiota, ou seja, perfeita pra um jornalzinho universitário! Olhei pra ela e disse: Adorei (é o que elas querem ouvir, não)!
Eu nunca pensei que posteriormente isso fosse me deixar puto, principalmente por três fatores; primeiro porque logo após essa conversa eu precisei fazer um texto para a aula de telejornalismo, que teria minutos depois (sabe aquele trabalho que é pra hoje mas você deveria ter feito há uma semana? pois é, por isso que na escola chamavam de dever de casa).
Eu corri pra biblioteca, sentei no PC, abri o G1 para ver um assunto quente que eu poderia transformar em uma redação televisiva e cliquei na primeira manchete desse tipo que apareceu: mas mas meu acesso empacou! :X
Como? mas eu nem estava tentando acessar o Orkut! Pois é, as máquinas não pensam.
Quando eu cliquei na reportagem sobre professores britânicos que fizeram sexo no banheiro da universidade (ou era escola, não sei, não li a matéria até hoje!) o computador pensou "Ele quer ver pornografia"ou "punheta na faculdade?".
A segunda coisa que remexeu com minhas idéias (isso significa, me deixou com raiva) partiu em consequência a isso. Cara, eu pensei, minha amiga tem em mãos uma ótima pauta que por preconceito eu nunca imaginaria! :X Mas não estava sozinho, a diretora da faculdade, uma das entrevistadas pela minha amiga, também não se preparou pra uma pauta assim.
A diretora da Faculdade
Antes cabe dizer aqui que ela mesma se denomina uma perita em direito autoral. Deu uma palestra na faculdade: o tema era sobre o uso de imagens. Nossa perita condenou tudo o que fosse usado sem permissão do autor!
Ela também apresenotu soluções eficazes e corretas que deveriam ser seguidas para se estar de acordo com a lei.
Infelizmente um infeliz perguntou: "Essa imagem do Vinícius de Moraes que está no seu power point, você pediu autorização da família dele para usá-la, como a gente deveria fazer?". O clima ficou tenso.
Esse foi o naipe de pessoa que, na entrevista dada a minha amiga, respondeu
"bloqueamos o Orkut porque os alunos são imaturos"Ahm? Vou até esquecer que professores estão transando nos banheiros das universidades inglesas pra ir onde realmente interessa: Até que ponto faculdade, e até empresas podem bloquear o que a gente vê?
Sabe, onde faço estágio os computadores empacam a palavra blog, o que é uma pena. Eu trabalho em tempo integral com Internet e não posso visitar blogs no meu tempo livre -mas posso acessar o G1, UOL e etc. Por que esse preconceito em particular com os diários virtuais?
O pior é que os sistemas de bloqueios realizados pelo TI das empresas são paradoxais (ou burros mesmo). Na minha, por exemplo, não se pode acessar o Orkut, mas o Facebook é livre; O blogspot é bloqueado, mas o Wordpress não; O MSN não instala, mas o Google Talk é liberado!O bloqueio sem sentido
O que é sugerido é que o trabalhador renderia menos no trabalho por causa do Blogspot, MSN e Orkut -pelo jeito, tudo gere relacionamento com seus amigos de fora.
Mas se na minha empresa o TI não consegue bloquear o Wordpress, GoogleTalk e Facebook, então quer dizer que...as pessoas estão rendendo menos lá? No meu setor, que é de Intranet, ninguém nunca deixou de bater uma meta e sem contar que o pessoal lá passa mais tempo falando com amigos de fora pelo celular que qualquer outra coisa!
O professor Hamilton, pensando nisso, lançou em seu blog uma campanha contra o bloqueio de blogs. O objetivo é: "Conscientizar os blogueiros de que empresas, bibliotecas, faculdades e escolas bloqueiam blogs com palavras específicas na url como blogger, blogspot, blog, wordpress entre outros, sem levar em conta o conteúdo desses blogs".
Acredito que esse seja um passo inicial importante nessa disputa pela liberdade individual nas corporações.
As pessoas recebem o tempo e devem escolher o que fazer dele. Se querem jogar fora com pornografia, fofoca e coisas do genero.. problema é delas! Mas privá-las não é só errado, é impossível!
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